terça-feira, 8 de setembro de 2009

Décimo e último ato do período

As palavras são pedras que enfeitam nossas tiaras,
Pois, usando da sinceridade como ornamento, entronizam:
gestos, atos, sentidos ao que desejamos e fazemos.
Comunicamos algo maior quando ligamos o verbo ao substantivo e o adjetivamos,
Com o pouco ar que no falta a cada hora,
com o ponteiro que nos açoita,
Com a pecha de sermos mortais e finitos.
Seria covarde falar algo
se não há nada dentro que valha a força do diafragma?
Esse vazio, esse estio, essa clausura revestida de deserto,
Já seria por si a poesia latente,
o urdimento com que cada poeta veste as palavras ôcas.
Não há que se calar o que dentro toma forma e quer se expor.
Há que procurar a tradução mais próxima e justa
num vocabulário árduo.
Compensa liberar pena e pensamento
e que a recompensa seja o viver pleno e satisfeito.

Um comentário:

  1. Acho que sim compensa mesmo, enfim eu ao menos (ainda que escrevendo mal muitas vezes) sinto uma felicidade quando consigo que as palavras expressem o que penso, hehehe
    Lindo escrito!

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